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Hipertensão na gestação!


A HAS ( hipertensão arterial sistêmica) na gestação permanece a primeira causa de morte materna direta no Brasil (37%), sendo a proporção maior nas regiões Norte e Nordeste em relação ao Sudeste, Sul e Centro-Oeste . A classificação da hipertensão na gestação aceita em nosso meio é a adotada pelo Grupo de Estudo da Hipertensão Arterial na Gravidez do Programa Nacional de Hipertensão Arterial (EUA) e pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia - FEBRASGO (BR). Além de utilizada como uma base de acesso à grávida hipertensa, também guiao planejamento de seus cuidados .

1) Hipertensão crônica (HC): detectada antes das 20 semanas e pode ser primária ou secundária. 2) Pré-eclâmpsia (PE)/Eclâmpsia (E). Detectada após as 20 semanas de gestação e está associada a lesões de órgãos alvo- proteinúria significativa e/ou sintomas cerebrais como cefaleia, tonturas, visão borrada, escotomas); sintomas digestivos ( náuseas, vômitos, dir abdominal); alterações da coagulação, trombocitopenia, alteração de enzimas hepáticas. 3) Pré-eclâmpsia superposta à hipertensão crônica. A gestante já era HAS e antes das 20 semanas começa apresentar lesão de órgão alvo. 4) Hipertensão gestacional (HG). HAS após as 20 semanas porém sem lesões de órgãos alvo, sem proteinúria.

Podemos acrescentar nessa classificação a HAS de avental branco que é quando a medida da pressão só é alta durante a consulta médica. Alguns estudos mostram que até 50% das pacientes evoluem com HAS gestacional ou pré- eclâmpsia.

FATORES DE RISCO:

-Diabetes- 2-3 x -Gemelar- 3x -Irmã 36%, mãe 26%, avó 16%- -HAS crônica controlada - 25% -HAS descontrolada- 50% -Pré- eclâmpsia em gestação previa- 25% -Mola hidatiforme -Novo pai -Síndrome antifosfolipideos -Sobrepeso e obesidade- 3x -Idade mãe >40 anos- 3-4x -Anticoncepcional de barreira ACONSELHAMENTO E PROGNÓSTICO PÓS PARTO As pacientes devem ser acompanhadas no puerpério e, se permanecerem hiperten- sas, por no mínimo 12 semanas.

Hipertensão arterial persistente após esse período deve ser considerada como hipertensão crônica.

As pacientes que apresentam PE antes da 30a semana de gestação tem chance de recorrência de 10% na próxima gestação, podendo ser maior a chance em mulheres negras.

A síndrome HELLP recorre em cerca de 5% das vezes.

A recorrência da PE também e maior entre as multíparas do que entre as que tiveram a doença na primeira gestação, especialmente se houver a troca de parceiro na próxima gestação.

Aparentemente, a gestação humana e um excelente teste de estresse cardiovascular, e a ocorrência de pré-eclâmpsia, especialmente a de início precoce (<32 semanas), significa uma falha na capacidade cardiovascular daquela gestante.

Cada vez mais surgem na literatura, em estudos com seguimento de muitos anos, dados apontando uma relação positiva entre pré-eclâmpsia/eclâmpsia e hipertensão arte- rial, doença cardiovascular, AVC isquêmico e mortalidade precoce no futuro.

Um estudo populacional demonstrou associação entre a ocorrencia de insuficiência renal crônica (IRC) e historia previa de PE.

A ocorrencia de PE na primeira gestação esteve associada a um risco de 4,7 vezes maior de desenvolver IRC, e esse risco foi ainda maior (15,5 vezes) nas mulheres que haviam desenvolvido PE em duas ou três gestações.

O estudo concluiu que a PE é um marcador de risco para desenvolvimento futuro de IRC. Em outro estudo de base populacional da Noruega, Irgens et al. comprovaram que pacientes com pré-eclâmpsia tem um risco 20% maior de morte por doença cardiovascular do que a população sem pré-eclâmpsia e, quando essa ocorre em idades gestacionais mais precoces associadas a prematuridade, o risco e quase oito vezes maior. Pacientes com historia de PE ha mais de dez anos apresentavam pres- são arterial diastólica e índice de massa corporal (IMC) maior do que os controles.

Por estes motivos, sempre após a alta hospitalar de pacientes que tiveram PE, em especial aquelas com PE diagnosticada antes da 32a semana, a mulher deve ser orientada para manter uma vida saudável sobre o ponto de vista cardiovascular e metabólico.

Nessas pacientes, mais do que em todas as outras, orientações quanto a evitar o tabagismo, a obesidade, a hiperglicemia e a hipercolesterolemia, assim como a prescrição de exercícios físicos e dieta e uma obrigação médica.




Dra. Kécia Amorim

Médica Cardiologista

CRM GO 13874

RQE 10821




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