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A vida volta ao normal após um infarto?

O atendimento pré- hospitalar é de suma importância no prognóstico do infarto do miocárdio. Em outra palavras é o que vai definir se o paciente vai voltar a ter uma vida normal após um infarto!

Um atendimento rápido, um diagnóstico certeiro e um tratamento definitivo em no máximo 120 minutos vai determinar o futuro do paciente!


Por isso insistimos tanto para que se o paciente tiver dor no peito vá rapidamente para o hospital próximo ou ligue para o SAMU.


Isso quer dizer que se o paciente tiver sintomas de infarto , for prontamente atendido e levado para um hospital que tenha o serviço de hemodinâmica disponível para abrir a artéria culpada pelo infarto imediatamente, as chances de recuperação total do miocárdio são enormes e o paciente vai voltar à sua vida normal rapidamente, com mínimo prejuízo ou nenhum prejuízo para seu coração.


Porém infelizmente esse cenário não é o que ocorre no Brasil, nem em Goiânia, o que contribui para a alta taxa de mortalidade ou para as inúmeras sequelas relacionadas ao evento.


A taxa de mortalidade dos pacientes que sobrevivem à hospitalização inicial é de 8 a 10% no primeiro ano após infarto.


Muitas pacientes se sentem assustados, confusos e cansados depois de um infarto, pois o infarto representa um evento de mudança de vida, com razão.


Há 4 décadas após os pacientes acometidos de infarto do miocárdio apresentavam grande perda da capacidade funcional, mesmo após serem submetidos ao tratamento daquela época, que implicava até 60 dias de repouso no leito.


Por ocasião da alta hospitalar, os pacientes encontravam-se fisicamente mal condicionados, sem condições para retornar às suas atividades familiares, sociais e profissionais.


Os programas de reabilitação cardíaca foram desenvolvidos com o propósito de trazer esses pacientes de volta às suas atividades diárias habituais, com ênfase na prática do exercício físico, acompanhada por ações educacionais voltadas para mudanças no estilo de vida.


Atualmente, as novas técnicas terapêuticas permitem que a maioria dos pacientes tenha alta hospitalar precocemente após infarto, sem perder a capacidade funcional.


Uma recente revisão sistemática demonstrou maior redução das mortalidades total e cardíaca nos programas que utilizaram somente exercício físico, quando comparados aos que também agregaram a abordagem multidisciplinar.


Quando necessário, os hábitos alimentares e aspectos nocivos do estilo de vida são reformulados, com especial ênfase na cessação do tabagismo.


As intervenções psicológicas também devem ser consideradas, visando ao controle do estresse, o que pode ser obtido por meio de técnicas de relaxamento, terapia de grupo e tratamento da depressão.


A melhor maneira de se recuperar é certificar-se com seu médico sobre o uso correto das medicações, quando poderá voltar ao trabalho e às atividades da vida diária. E também qual a alimentação adequada.


Ao voltar para a casa precisará descansar e relaxar. Repouso absoluto 3 a 5 dias após a alta.


O retorno a todas as atividades normais, incluindo o trabalho pode levar semanas ou meses dependendo de cada caso.


Nos primeiros 30 dias já podemos iniciar exercícios de reabilitação e fisioterapia dependendo do caso.


A doença aguda e o tratamento do infarto do miocárdio devem ser usados para motivar fortemente o paciente a modificar os fatores de risco.


O prognóstico pode ser melhorado pela avaliação dos estados físico e mental, assim como pela discussão desses aspectos com o paciente, a fim de aconselhá-lo sobre estilo de vida (p. ex., tabagismo, dieta, trabalho, lazer e exercícios) e modificação decisiva em tais fatores de risco sempre incentivando a manter um estilo de vida saudável com no mínimo 150 minutos de atividades físicas aeróbicas por semana, dieta DASH( grãos integrais, carnes magras, frutas, vegetais, laticíneos com pouca gordura, oleaginosas, gorduras boas).


Tomar os medicamentos de forma correta já que alguns medicamentos podem reduzir novos eventos. Aprenda gerenciar seus medicamentos.


Os sobreviventes de infarto devem ficar atentos e não retornarem aos velhos hábitos o que pode ser uma estrada mortal.


Ter uma vida normal depende mesmo do paciente que muitas vezes precisa passar pelo susto de um evento grave com um infarto agudo do miocárdio para ter realmente um vida de qualidade, uma vida verdadeiramente normal!

 

Dra. Kécia Amorim

Médica Cardiologista

CRM GO 13874

RQE 10821



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